Ariadne era filha de Minos, rei de Creta, e de Pasífae, filha do Sol. Apaixonou-se pelo herói Teseu quando este se dirigiu a Creta para matar o Minotauro, que se encontrava fechado no labirinto, ardilosamente construído por Dédalo. O Minotauro tinha corpo de homem e cabeça de touro e foi fruto de uma relação contranatura entre Pasífae, mulher de Minos, e um touro enviado por Posídon ao rei. Este, aterrorizado e envergonhado, ordenou a construção do labirinto, composto por salas e corredores que ninguém, a não ser Dédalo, conseguisse encontrar o caminho para dele sair. Todos os anos, Minos dava-lhe a devorar sete jovens e sete donzelas, tributo que impusera à cidade de Atenas. Teseu ofereceu-se voluntariamente para fazer parte do grupo de jovens, e graças à ajuda de Ariadne, conseguiu não só matar o animal, mas também encontrar o caminho que o libertava do labirinto. Para isso, Ariadne deu-lhe um novelo de fio, que ele desenrolou e lhe indicou o caminho do regresso. Ariadne, apaixonada por Teseu e para escapar à cólera de Minos, fugiu com Teseu para Atenas. Mas antes de chegarem ao destino atracaram à ilha de Naxos, onde, adormecida junto ao mar, foi abandonada por Teseu. Muitas são as explicações dadas para esta traição. Ou porque Teseu estava apaixonado por outra mulher, ou terá sido por ordem divina. O certo é que ao acordar, Ariadne avistou ainda ao longe as velas da embarcação, mas eis que aparece Dioniso, que fascinado pela sua beleza a desposa e a leva consigo para o Olimpo, a morada dos deuses. Como presente de núpcias deu-lhe um diadema de ouro, obra de Hefesto, que mais tarde se tornou numa constelação...
Medusa
Medusa era uma das três Górgonas, filhas de duas divindades marítimas, Fórcis e Ceto. Ao contrário das suas irmãs, Esteno e Euríale, imortais, Medusa era mortal. Contudo, moravam as três no Extremo Ocidente, não longe do reino dos mortos. O nome de Górgona é geralmente dado a Medusa, considerada como a Górgona por excelência. A sua cabeça estava rodeada de serpentes, tinha grandes presas, semelhantes às dos javalis, mãos de bronze e asas de ouro, o que a permitia voar. Os seus olhos eram cintilantes e o seu olhar tão penetrante que quem quer que o visse era transformado em pedra. A sua imagem causava imenso horror e medo não só aos mortais, mas também aos imortais. A lenda de Medusa sofreu uma evolução desde as suas origens até à época helenística. Primitivamente, a Górgona era um monstro. Mas, em seguida, é considerada como a vítima de uma metamorfose causada por Atena. Depois de Medusa ter ousado rivalizar em beleza com ela, Atena, sabendo do orgulho que Medusa tinha da sua cabeleira, puniu-a e transformou os seus cabelos em serpentes. De qualquer forma, Medusa foi morta por Perseu, aconselhado por Atena. Depois de muitas aventuras, Perseu acabou por encontrar o antro dos monstros e, elevando-se nos ares graças às sandálias aladas, presente de Hermes, consegue cortar a cabeça de Medusa. Para evitar olhá-la, serviu-se do seu escudo polido como espelho e, assim, não receou o olhar terrível do monstro. Para maior segurança, matou a Górgona durante o sono. Posídon ter-se-ia unido a ela e tê-la-ia engravidado, e nessa altura, saem do pescoço cortado, Pégaso, o cavalo alado, e Crisaor. Atena utilizou a cabeça da Medusa, colocando-a no seu escudo ou no centro da égide, de forma a que os inimigos fossem transformados em pedra assim que a olhavam. Perseu recolheu o sangue que escorreu da ferida, sangue que tinha propriedades mágicas: o que saíra da veia esquerda era um veneno mortal, enquanto que o que correra da veia direita era um remédio capaz de ressuscitar os mortais. Acrescente-se que uma madeixa dos seus cabelos era suficiente para pôr em fuga todo um exército.
Um comentário:
O aquecimento global já afecta as melancias!
Quem será afectado a seguir?
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